Nessa foto estávamos grávidos da Ana
Um momento forte, simbiótico onde 1+1 não é 2 e sim 3.
Depois ela nasceu e veio meu puerpério da forma mais profunda e mergulhada que pude em mim mesma. Tempos depois emerge com força o pulso da mulher, a jornada da individualidade mais uma vez batendo a minha porta. Só que nesta terceira aventura, já estava mais descolada, já que meu segundo pós parto foi muito desafiador. Desta vez não deixei a mulher morta em detrimento da maternidade. Busquei cuidar dos meus desejos e necessidades tanto quanto procurei cuidar das relações com meus filhos e com João.
Vivenciando tudo isso com mais consciência, percebi o pulso da energia sexual no corpo, os movimentos de um útero que tinha gestado e se aberto para dar a luz. A ponte do meu ventre com o mundo externo. Movimentos do meu mundo interno com meu mundo externo.
E hoje me pego refletindo sobre este processo de individuação,
eu e o outro,
dentro e fora, tão forte para nós mulheres.
E isso acontece em muitos momentos, não só na maternidade/puerpério, mas numa separação, num aborto, numa morte, numa demissão, na menarca e na menopausa. E ouso dizer até na pandemia.
E tenho refletido o quanto este momento que nos convida e firmar quem realmente somos, após jornadas tão intensas, é tão fundamental para seguirmos. Impactante para nós e para a nossa conexão com o outro.
É em relação que vou descobrindo mais quem sou e ao mesmo tempo quanto mais em mim estou mais espaço parece que tenho para conectar com o outro.