A força da natureza na gente.
E a nossa ignorância ainda em nos sentirmos ameaçadxs por ela.
Nesse momento, ao vermos uma Jararacuçu filhote morta deu tristeza.
Vi beleza, vi potência, mas também uma dor. Uma dor de ainda não sabermos convier em harmonia com estas forças tão gigantes que ameaçam a nossa insignificância humana.
Sei na minha cabeça que elas são venenosas, mas será que perigosas?!
Sei também de pessoas por aqui que já foram picadas e ficaram bem mau. Confesso que fiquei mexida com esta situação da escolha de matar para se proteger, que para mim é diferente de matar ou machucar para se defender. Por exemplo, se ela estivesse, de fato, ameaçando alguém talvez fosse mais natural matá-la para se defender. Mas matar para previnir o ataque será que é natural? Será que necessário?
Sinto muito por ela ter morrido, junto com esta crença de que seria o mais seguro. Descanse em paz.
Talvez ainda tenhamos camadas muito profundas a transmutar para, de fato, aceitarmos
e sabermos conviver em harmonia. Afinal “a natureza vive na gente”.
Confesso que ver esta cobra morta por um guardião dessa terra me cortou o coração.
Não julgo ele. Entendo de onde ele vem, e muito tem se movimentado aqui dentro com este fato. Sigo no rezo para evoluirmos nesta comunhão com todas as forças da natureza. Olho tudo isso dentro de mim e ao redor. Com empatia pelos medos e formas de estar,
mas trazendo reflexões.
Seguimos numa mistura de luto e potência.
E se alguém tiver algo para compartilhar sobre esta experiência, quero ouvir.