Aliviando a raiva.
Numa manhã José estava muito bravo.
Mudou a feição. Me dizia que ardia o peito.
Chegou a falar que estava com raiva.
A irmã menor que não dava sossego…
O convite para fazer a lição… que era menos interessante do que outras coisas que aconteciam na casa…
O tempo chuvoso…
A mãe pedindo para arrumar suas coisas…
A viagem de pesca que ainda não saiu…
E o que mais o estivesse afetando.
Eu o escutei: “to com raiva”.
Por alguns instantes meu coração apertou confesso, mas me exercitei em não querer resolver/amenizar. Respirei para não reagir. Me permiti confiar e deixar ele com suas emoções e sentimentos.
Como disse a minha convidada da live de ontem (que está gravada no post anterior), Ana Thomaz: “Sentir é tão estranho que as pessoas evitam sentir”. E eu concordo com ela e sigo nesta busca de sentir mais e de não atrapalhar que meus filhos sintam.
E é incrível como o processo de integração das crianças é maravilhoso.
Em poucos minutos lá estava ele
Extravasando!
Achou um jeito de dar vazão aos sentimentos pelo seu corpo, começou a chutar a almofada… dar voadeiras como ele dizia…
Me chamou para olhá-lo… eu admirei.
Admirei a sua capacidade de sentir e seguir adiante. De não se enrolar…
É muito incrível como este processo se dá de fato. Ele ficou lá com aquele sentimento e logo surgiu algo…
Admirei como ele cresceu.
Admirei é claro seu “chute máster”!
Depois não me contive:
eu: E aí José como tá o peito?!
ele: Melhor. (E ponto.)
Simples assim:
Vem o sentimento, sentimos ele, NO CORPO e algo se apresenta.
Complexo assim:
Acessar e sustentar um campo para poder sentir, com tantas crenças e padrões enraizados em nosso sistema.